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Ocorrências por queimadas na rede elétrica aumentaram 95%

Além de deixar hospitais, comércio e escolas sem energia, realizar queimadas pode configurar crime e acarretar prisão

Por João Cerino em 30/09/2021 às 17:00:00

As queimadas estão aumentando em um ritmo alarmante e prejudicando diversos setores, incluindo o fornecimento de energia elétrica. De janeiro a agosto de 2021, a Cemig registrou um aumento de 95% no número de ocorrências em comparação com o mesmo período do ano passado. Nos oito primeiros meses deste ano, aconteceram 307 queimadas que interromperam o fornecimento de energia para pouco mais de 386 mil clientes. Nesse mesmo período do ano passado, a empresa registrou 157 queimadas que afetaram a rede de distribuição, causando prejuízos no fornecimento de energia para 216 mil clientes.

O número de focos ativos, com ou sem ocorrência de interrupção no fornecimento de energia, teve um aumento de, aproximadamente, 87% nos primeiros oito primeiros meses deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2020, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-Inpe). Historicamente, agosto, setembro e outubro representam cerca de 77% do total de focos no ano, mas em 2021, o dado preocupante é que, até 28 de setembro, o número de casos já ultrapassou os do ano passado e também a média histórica.

REGIÃO

No Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, foram registradas 59 queimadas até agosto deste ano, interrompendo o fornecimento de energia para quase 42 mil clientes. No mesmo período do ano passado, a empresa registrou 35 queimadas que afetaram a rede de distribuição, causando prejuízos no fornecimento de energia para 33 mil clientes. Na primeira quinzena deste mês de setembro, uma queimada na região de Uberaba danificou cerca de 250 quilômetros de rede de distribuição de energia e prejudicou o fornecimento para clientes de Uberaba, Planura, Pirajuba e Campo Florido.

CHUVAS

O meteorologista Arthur Chaves, da Cemig, destaca que o período chuvoso no Sudeste do país deve começar apenas em outubro deste ano, mas, em algumas regiões de Minas Gerais, como a faixa norte do estado, as chuvas podem atrasar até a primeira semana de novembro. Ele pede conscientização à população para evitar novos focos de incêndio. "O período de chuvas deve começar somente em meados de outubro e, com a vegetação seca, qualquer princípio de fogo pode causar um grande incêndio. Dessa forma, é importante que as pessoas não façam nenhum tipo de queimada, mesmo aquelas que possam julgar controláveis."

Ele alerta que as altas temperaturas e a umidade baixa pode fazer o fogo sair do controle e causar uma grande destruição. Além disso, devido à crise hídrica, o combate às queimadas fica prejudicado pela baixa disponibilidade de água para os bombeiros e brigadistas. O artigo 41 da Lei 9.605/98 estabelece que provocar incêndio em mata ou floresta é considerado crime ambiental, que pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.

Fonte: Cemig Imprensa Triângulo

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