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Inveja: complexo de inferioridade em relação a outrem

"A energia para criar o que você deseja está no seu pensamento. Domine-o."

Por Taisa Caires em 20/10/2021 às 11:14:03

Quem nunca sentiu uma vontade incontrolável de possuir aquilo que é de outra pessoa? Ou uma íntima felicidade em ver o outro se dar mal? Embora seja um sentimento impróprio, a inveja é característica do ser humano. Apesar da dificuldade em assumir, a maioria das pessoas já sentiu inveja. A diferença é a intensidade e a forma como cada um escolhe lidar com esse sentimento.

Segundo a psicologia, a inveja é um sentimento controverso, indica algo positivo que desperta o negativo. É o desgosto ou lamento sobre a felicidade do próximo. Também conhecido como "olho gordo", esse sentimento existe desde os tempos antigos. Em Gênesis 4.3-5, Caim matou o irmão Abel por inveja. Na referida passagem, Abel ofereceu as primícias de seu rebanho enquanto Caim os frutos de sua terra. O primeiro o fez por generosidade enquanto o segundo por obrigação. E a Bíblia diz: "Tudo o que fizerdes, fazei-o de boa mente, como quem o faz pelo Senhor, e não pelos homens".

Para a psicanálise, a inveja é a intensificação do ódio e faz parte do ser humano desde o seu nascimento. Ela é potencializada quando a pessoa se sente desequilibrada devido a uma inexplicável sensação de inferioridade em relação ao outro. O impulso do invejoso é estragar aquilo que lhe falta.

A mente de uma pessoa invejosa é nutrida de pensamentos de inutilidade e incapacidade de conseguir o que não se tem. Essa situação gera o distanciamento do eu interior, pois ao invés de dar valor àquilo que possui, no íntimo do invejoso predomina o ódio. A inveja compromete o equilíbrio emocional e abala as relações interpessoais. Admitir que existe dentro de si o sentimento de inveja é o mesmo que romper a influência compulsiva rumo ao caminho da evolução. Nós podemos passar o resto da vida na autodepreciação ou encher-se de coragem e vigor para ir à busca do nosso objetivo.

Quantas contrariedades nós evitaríamos se nos contentássemos com o que temos ao invés de cobiçar as conquistas alheias. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, o codificador Fénelon diz: "De quantos tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe se contentar com o que tem, que vê sem inveja aquilo que não é seu, que não procura parecer mais do que é. Ele está sempre rico, pois, se olha abaixo de si, ao invés de olhar acima, verá sempre pessoas que têm menos. É calmo, pois não cria necessidades ilusórias, e não é a calma, em si mesma, uma felicidade em meio às tempestades da vida?"

Fonte: Pesquisas e análise independente de livros e publicações da Internet

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