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Ex-técnico da Copasa revela que empresa cobra 40% a mais do que deveria pelo tratamento de esgoto

Joaquim Leonel orientou os vereadores a buscar pelo Ministério Público e também lutar para impedir a privatização da Copasa

Por Redação Alô Frutal em 17/12/2019 às 16:07:41

Joaquim Leonel passou importantes informações para a Câmara de Vereadores

O ex-técnico da Copasa, Joaquim Leonel da Silva, que fez uso da Tribuna Livre da Câmara de Frutal a convite do vereador Querino Vasconcelos, trouxe uma série de informações aos vereadores durante a sessão ordinária da segunda-feira, 16. Convidado para falar sobre o mau cheiro que exala da Estação de Tratamento de Esgotos, ele comentou que, em 2013, foi encarregado pela empresa da tarefa de cuidar dos serviços de tratamento de esgotos no distrito da Copasa pertencente a Frutal e, em busca de produtos adequados, conseguiu amostras de uma substância para testar nas estações de tratamento. Segundo Joaquim, ele tentou fazer os testes em Frutal, mas a direção da empresa determinou que isso fosse feito em Iturama-MG.

Naquela cidade, segundo ele, o produto conseguiu eliminar o mau cheiro da Estação de Tratamento, mas o problema voltou após os seis meses em que foi desenvolvido o teste. Ele apresentou um vídeo sobre o produto utilizado e afirmou que a empresa atualmente usa outros tipos de produtos paliativos que não resolvem o mau cheiro. De acordo com ele, a Copasa confirmou os bons resultados do produto testado, mas não usa em nenhum dos locais onde faz esse tratamento. "A Câmara Municipal de Iturama me prestou uma homenagem por esse trabalho com esse produto, mas ele não foi mais usado. A Copasa diz que não existe produto semelhante, por isso não pode fazer licitação. Nós fizemos o teste e deu muito certo, mas não se aplica em Frutal por questão burocrática ou porque não existe produto semelhante. Eu vejo isso como má vontade. Não estou aqui para jogar pedra na empresa, mas hoje venho aqui como um cidadão comum, para que a Copasa atenda melhor os clientes."

Em sua fala, ele apontou que a arrecadação pelo tratamento de esgoto chega a aproximadamente um milhão de reais, mas esse tratamento deixa a desejar. Segundo ele, empresa distribui em torno de 180 mil litros de água/dia, mas o que chega à Ete para tratamento não passa de 80 mil litros, o que permite cobrar taxas elevadas sem que o tratamento seja feito de forma adequada. "Tudo o que entra na Estação de Tratamento deveria ficar lá um tempo para ser tratado, mas a água sai na mesma velocidade. Vamos fazer uma conta desde 2001 quando a estação foi inaugurada. Está se pagando 40% a mais do que chega para ser tratado. Se fizermos uma média, chegamos a quase 140 milhões de reais que a Copasa deve devolver por ter cobrado a mais dos usuários pelo tratamento. As pessoas estão pagando o tratamento do esgoto pela água que bebem, que evapora na cozinha, que jogam na calçada ou no carro e nas plantas."

Joaquim relatou aos vereadores que recebeu um abaixo-assinado com duzentas pessoas cobrando para que a empresa dê uma solução para o mau cheiro "Se houvesse um tratamento correto para reduzir o odor, não haveriam duzentas assinaturas de pessoas pedindo solução. Outra coisa que quero deixar claro é que isso tudo não é culpa dos funcionários da Copasa, pois eles atendem bem à comunidade. Essa culpa é da diretoria e do governo, que quer privatizar o saneamento. Mas privatizado fica pior. Nós temos um contrato e ele não venceu. Vamos pegar a Copasa para o município e levar essa insatisfação dos clientes ao Ministério Público. Antes eu não podia falar por uma questão de ética, mas agora, como cidadão, vou cobrar como todos estão cobrando."



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