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Butantã paralisa produção de vacinas por falta de insumos

A produção deve parar até a chegada de um novo lote com dez mil litros de insumo farmacêutico ativo-Ifa

Por João Cerino em 15/05/2021 às 15:00:00

O Instituto Butantã finalizou neste dia 14 as entregas do primeiro contrato para fornecimento de vacinas contra o novo coronavírus ao Programa Nacional de Imunizções-PNI. No total, foram 1,1 milhão de doses, somando 47,2 milhões de doses da vacina CoronaVac, elaborada em parceria com o laboratório chinês Sinovac. O contrato previa o fornecimento de 46 milhões de doses da vacina. Assim, o lote de hoje também é o início do cumprimento do segundo contrato para a disponibilização de 54 milhões de doses até o final de agosto.

O Butantã informou que vai paralisar a produção até a chegada de um novo lote com dez mil litros de insumo farmacêutico ativo-Ifa, matéria-prima da vacina. Segundo o governo de São Paulo, o carregamento ainda não foi liberado pelo governo chinês para ser embarcado ao Brasil. "Esses dez mil litros correspondem a aproximadamente dezoito milhões de doses da vacina, absolutamente necessários para manter a frequência do sistema vacinal, acelerar e atender os que precisam da segunda dose", disse o governador João Doria.

A entrega de insumos já sofreu outros atrasos semelhantes. Segundo o diretor do Butantã, Dimas Covas, a finalização do primeiro contrato de fornecimento ao PNI teve um atraso de 12 dias.

ATRASOS

Com a atual demora na entrega de matéria-prima, a estimativa de Covas é que só sejam disponibilizadas cinco milhões de doses de vacina em maio, quando a previsão inicial era de 12 milhões de doses. O governo de São Paulo avalia que as doses disponíveis no momento são capazes de atender todos os grupos convocados para receber a imunização. No entanto, Covas lembrou que alguns municípios, seguindo recomendação do Ministério da Saúde, usaram todas as doses de CoronaVac para a primeira etapa da imunização e podem ter dificuldades para aplicar a segunda dose, um problema que, de acordo com o presidente do Butantã, não acontece no estado de São Paulo.

Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, no último dia 6, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse que a relação com a China está entre as prioridades do governo brasileiro. "Queremos um relacionamento econômico e comercial maior e mais diversificado com a China", afirmou.

Em publicação nas redes sociais, a embaixada chinesa no Brasil destacou a cooperação com países em desenvolvimento para o acesso a vacinas e insumos. "A China é o maior fornecedor de vacinas para países em desenvolvimento, oferecendo assistências vacinais a mais de oitenta nações em desenvolvimento e exportando o imunizante a uns cinquenta países. A China continua a honrar seu compromisso de tornar suas vacinas um bem público global", diz a publicação.

Fonte: Agência Brasil

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