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PC prendeu suspeito de fraude com crianças

Um homem com 27 anos foi preso em flagrante por estelionato e sonegação fiscal

Por João Cerino em 14/08/2023 às 13:20:12

Divulgação/PCMG

A Polícia Civil prendeu um homem de 27 anos em flagrante em Belo Horizonte após identifica-lo na sexta-feira, 11, em um hotel no centro da cidade. A polícia agiu após uma denúncia de fraude envolvendo crianças, em que o suspeito fazia promessa de contratar modelos mirins e enganava os responsáveis legais. Ele cobrava pela prestação de serviços sem emitir nota fiscal e as 36 vítimas identificadas pela PC teriam sofrido prejuízos de cerca de R$50.000,00 já que pagavam valores variados entre R$500,00 e R$3.000,00.

De acordo com a chefe do Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família, delegada Carolina Bechelany, as vítimas eram abordadas em um espaço público da capital. Elas eram abordadas por pessoas que prometiam um futuro promissor de modelos mirins, com os filhos inseridos em empresas de publicidade", relatou. No local, foram apreendidos o aparelho celular do investigado, notebook com as fotografias das crianças, contratos e outros materiais utilizados na prática criminosa, como óculos e vestuário infantil.

Assim que recebeu a denúncia, à noite, a polícia, por meio da equipe da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, foi imediatamente ao hotel onde a ação teria ocorrido o dia todo, com várias crianças. Segundo a chefe do Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família, a maioria dos casos envolve famílias mais simples que vislumbravam, nesta possibilidade, uma ascensão financeira. "No hotel, havia duas crianças, de 6 e 10 anos, mas pela denúncia eram crianças de todas as idades, de bebê a adolescentes", garantiu a delegada Carolina.

A delegada Thalita Caldeira, titular da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescência, disse que a Polícia Civil deflagrou a ação contra a prática criminosa com a chefe da Divisão Especializada de Proteção e Orientação à Criança e ao Adolescente, delegada Renata Ribeiro. "No hotel, nós nos identificamos como mães interessadas na prestação desse serviço para os nossos filhos à procura do responsável pelo evento e ali começamos a diligenciar, encontrando o homem, que foi preso em flagrante", informou.

Ela disse que foi identificada, no local, toda a estrutura de um estúdio, com diversos equipamentos de filmagem e fotografia, roupas, maquiagens e prestadores de serviço, além de duas crianças sendo fotografadas com roupas e óculos que, em tese, seriam de marca. Pelo que foi levantado, a promessa de inserção da criança no mercado publicitário era sem qualquer pagamento e, no evento, haveria um cachê entre R$500,00 e R$1.000,00, mas isso não ocorreu.

A delegada destacou que, para fazer o trabalho com as crianças seria necessário um alvará da Justiça do Trabalho, o que não existia. "Todas as evidências são de que as marcas, que não são de Belo Horizonte, sequer sabiam que estavam sendo usadas na fraude. Os óculos e as roupas, usados pelas crianças eram falsificados, de lojas populares". "Em conversa com a mãe dessas crianças, começamos a entender que ali existia uma fraude. A mãe disse que havia feito um contrato no valor de R$3.000,00 e tinha efetuado um pagamento, mas teria de pagar mais", pontuou.

O delegado Diego Lopes, que também atuou na ação policial, a ação criminosa tinha total aspecto de legalidade, com fotógrafos e toda estrutura para demonstrar um trabalho sério e induzir a vítima a erro. "Em depoimento, o suspeito alegou em sua defesa que seriam vendidas as fotos somente, ou seja, era prometido um trabalho publicitário de engajar as crianças no mundo da moda e, ao fim, limitavam a entregar as fotografias feitas", apontou o delegado. "Pela investigação, a empresa, que é uma agência publicitária de captação, possui CNPJ e tem sede física em São Paulo, então obrigatoriamente deveriam emitir nota fiscal de prestação de serviços", concluiu Lopes.

As investigações prosseguem para completa elucidação dos fatos e eventual responsabilização de demais envolvidos, se houver.


Fonte: Ascom - PCMG

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