Prefeitura dá apoio a quilombolas

No período de escravidão no Brasil, os negros escravizados que conseguiam fugir se refugiavam em locais bem escondidos e fortificados no meio das matas, conhecidos como quilombos. Nestas comunidades, se vivia de acordo com a cultura africana, plantando e produzindo em comunidade.

Na época colonial, o Brasil chegou a ter centenas destas comunidades espalhadas, principalmente, pelos atuais estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Alagoas e Minas Gerais.

Poucas pessoas sabem, mas a cerca de 30 quilômetros de Frutal, um quilombo ainda existe e resiste. Se antes os inimigos eram os portugueses e o senhores coloniais, agora os quilombolas tem que lutar contra os grandes latifundiários da região.

Não foram poucos os casos de pressões sofridas pela população quilombola e mesmo de situações explícitas de apropriação irregular de áreas pertencentes ao Quilombo da Serrinha, localizado na região da Quineira.

Em 2015, a Fundação Cultural Palmares reconheceu oficialmente a comunidade Serrinha como remanescente de quilombo. Para proteger essa população que há séculos sofre com o preconceito e com a perseguição de alguns setores da sociedade, o prefeito Bruno Augusto, no início desse ano, decretou o tombamento do conjunto paisagístico da comunidade quilombola da Serrinha, por seu valor histórico, cultural, etnológico, paisagístico, arquitetônico e urbanístico.

Além disso, a Prefeitura de Frutal criou uma rede de proteção e de assistência para a comunidade, que vai desde atendimento médico periódico para membros do quilombo até transporte gratuito para que essas pessoas possam se descolocar para a cidade com conforto e segurança. Essa rede de proteção é um trabalho conjunto e permanente entre a Secretaria de Cultura, Lazer, Esporte e Inclusão, a Secretaria de Assistência Social e a Secretaria da Saúde.

As secretárias dessas pastas estiveram, recentemente, visitando a comunidade acompanhadas de membros da Ordem do Advogados do Brasil-Subsecção de Frutal. De acordo com Edimar Reis, secretária da Cultura, Lazer, Esporte e Inclusão, esse encontro foi justamente para reforçar os laços entre a comunidade quilombola e o poder público municipal. "Viemos aqui demonstrar todo o nosso apoio a comunidade não só com palavras, mas também disponibilizando uma série de serviços e auxílios para essa população, já que é obrigação da administração pública tratar a todos com igualdade e isonomia".