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Testes com Paxlovid em voluntários de baixo risco é suspenso

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz, suspendeu a busca por voluntários que fariam os testes

Por João Cerino em 17/06/2022 às 08:22:41

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz, o INI/Fiocruz, suspendeu a busca por voluntĂĄrios que fariam testes com o medicamento Paxlovid, com indicação para pacientes de baixo risco para Covid-19. Segundo o instituto, a Pfizer, que desenvolveu o remédio, decidiu suspender os estudos clĂ­nicos no grupo de pessoas abaixo de 65 anos sem comorbidades por não ter constatado, em anĂĄlise preliminar, a diminuição significativa no tempo de sintomas e na internação desses pacientes.

Na terça-feira, 14, o instituto divulgou que buscava voluntĂĄrios para realizar os testes no Rio de Janeiro em parceria com a farmacĂȘutica, como parte de uma pesquisa realizada em diversas partes do mundo com 1.980 voluntĂĄrios. O INI também participou dos testes anteriores do Paxlovid, que mostraram que o medicamento é seguro e eficaz no tratamento de pacientes com alto risco, ou seja, pessoas acima dos 65 anos e com comorbidades, para o desenvolvimento de quadros mais graves da doença, o que continua vĂĄlido.

Esses dados permitiram que o uso emergencial do remédio contra Covid-19 fosse liberado por agĂȘncias regulatórias como a FDA, dos Estados Unidos, e a AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria-Anvisa apenas para os grupos de risco.

Na convocação de voluntĂĄrios publicada na terça-feira, a Fiocruz citava que os resultados em pacientes de alto risco apontaram que o remédio, que combina os antivirais nirmatrelvir e ritonavir, reduziu em 89% a hospitalização pela doença e óbitos.

RESPOSTA

A Pfizer Brasil esclareceu que, com relação aos questionamentos sobre o estudo EPIC-SR-Evaluation of Protease Inhibition for Covid-19 in Standard-Risk Patients, do paxlovid, a empresa decidiu cessar a inscrição do estudo por causa da baixa taxa de hospitalização ou morte na população de pacientes de risco padrão. No entanto, continuarĂĄ avaliando o tratamento em populações com alta necessidade médica não atendida. A farmacĂȘutica disse acreditar que os dados do estudo EPIC-SR "apoiam a eficĂĄcia e o perfil de segurança do P-Paxlovid para o tratamento da Covid-19 leve a moderada, em pacientes, com pelo menos, um fator de risco de progredir para a forma grave, independentemente do status da vacinação".

De acordo com a Pfizer, um dos achados do estudo foi que "o autorrelatado alĂ­vio sustentado de todos os sintomas por quatro dias consecutivos, parâmetro clĂ­nico utilizado como objetivo primĂĄrio do estudo, não mostrou diferença significativa do ponto de vista estatĂ­stico".

Além disso, informou que demais dados analisados no estudo com a participação de pacientes de risco padrão, para vacinados e não vacinados, apesar de nem todos estatisticamente significativos, "reforçam os dados de segurança e eficĂĄcia observados no estudo EPIC-HR (uso de Paxlovid em pacientes com Covid leve a moderada com ao menos um fator de risco para evolução na forma grave) e serão incluĂ­dos na próxima submissão do registro definitivo ao FDA dos EUA para pacientes de alto risco".

A empresa finalizou a nota informando que os dados de segurança disponĂ­veis para o Paxlovid tĂȘm sido consistentes em mais de 3,5 mil participantes dos estudos EPIC-HR, EPIC-SR e EPIC-PEP, "bem como em experiĂȘncia de segurança pós-autorização relatada até o momento".

*Colaborou a repórter Cristina Indio do Brasil.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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