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Pesquisadores desenvolvem sensor para febre amarela

Pesquisadores brasileiros e britânicos desenvolveram um biossensor eletroquímico capaz de detectar a febre amarela utilizando cápsulas de café recicladas

Por João Cerino em 02/09/2023 às 10:22:43

Pesquisadores brasileiros e britânicos desenvolveram um biossensor eletroquĂ­mico capaz de detectar a infecção pela febre amarela utilizando cĂĄpsulas de café recicladas. Além de tornar o sensor mais sustentĂĄvel, a iniciativa torna a ferramenta mais barata por ser construĂ­da a partir de produtos reciclados. A ideia partiu da dificuldade em diagnosticar a infecção, que tem sintomas semelhantes aos de outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como a chikungunya, a dengue e zika.

Desenvolvido por Cristiane Kalinke durante seu estĂĄgio de pós-doutoramento na Inglaterra, envolveu pesquisadores das universidades Federal de São Carlos e de São Paulo, além da Faculdade de CiĂȘncia e Engenharia da Universidade Metropolitana de Manchester, da Inglaterra, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp. O sensor é feito em impressora 3D e cumpre os critérios estabelecidos pela Organização Mundial da SaĂșde para testes diagnósticos em locais remotos ou com poucos recursos.

O dispositivo funciona com eletrodos impressos em ĂĄcido polilĂĄtico de cĂĄpsulas de café processadas e recicladas, que ficam em sua superfĂ­cie. A reação eletroquĂ­mica acontece por meio da condutividade dos filamentos com nanotubos de carbono e negro-fumo como aditivos. Os fragmentos do DNA da febre amarela se encaixam na sequĂȘncia genética de apenas uma gota de amostra de soro sanguĂ­neo dos pacientes. Por meio da diferença de sinais antes e depois dessa ligação, o diagnóstico é feito.
Além disso, também foi possĂ­vel diferenciar resultados em amostras contendo o vĂ­rus da febre amarela e da dengue, o que permitiria o diagnóstico preciso da doença. "Sensores miniaturizados como este poderiam ser facilmente transportados a regiões ou comunidades remotas, onde a febre amarela é mais comum. Isso é especialmente importante no caso de doenças comuns em paĂ­ses tropicais e consideradas negligenciadas, que carecem tanto de estratégias de prevenção quanto de tratamento", disse a pesquisadora.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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