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Fogo atinge APP do Ribeirão Frutal

Chamas consumiram uma área próxima ao ponto de captação de água para a Estação de Tratamento da Copasa

Por João Cerino em 18/09/2021 às 14:53:16

Um incêndio destruiu uma parte da área de preservação permanente do Ribeirão Frutal, atingindo, inclusive parte do sistema que abriga a captação de água para tratamento da empresa concessionária Copasa. As informações iniciais que chegaram ao Corpo de Bombeiros davam conta que o fogo estava apenas em um lote vago, distante poucos metros da área de mata ciliar, mas, na verdade, as chamas ocupavam, além do lote, uma área de vegetação seca ao lado da APP.

O fogo chegou até a ponte sobre o Ribeirão Frutal na Avenida Mário Palmério e foi em direção ao sistema de captação da Ete de Frutal. Um caminhão pipa da empresa concessionária Copasa deu combate às chamas, mas apenas quando as chamas chegaram ao lote em que está a captação, pois o fogo já havia queimado a área que fica ao lado do bairro vizinho, que estava completamente desprotegida. Foi possível ver pássaros de pelo menos três espécies voando em torno do fogo sem conseguir proteger seus ninhos e que a barragem da área de captação da Copasa ficou toda exposta.


- DA REDAÇÃO -


Algo precisa ser feito. Mesmo que não haja programas anteriores de prevenção a este tipo de incêndio, é necessário que se tome uma providência. A empresa concessionária deve agir, primeiro, para proteger seu patrimônio e depois, o patrimônio de todos, que é o ambiente. A área de preservação permanente está aprisionada entre dois bairros, que foram mal planejados ou avançaram além dos limites estabelecidos e tão mal estabelecidos pela lei ambiental. Naquela área em questão, se tem notícia de que nascentes de água foram sufocadas.

Pessoas sem consciência atiram restos de cigarro acesos de seus carros, resultando em fogo. Outros quebram garrafas que, com o sol, podem se tornar lentes e também causar fogo. Desavisados colocam refugo de material de construção em local indevido todo tipo de material, inclusive coisas que pegam fogo com facilidade. E em alguns casos, se diz que é melhor "deixar queimar. "

Quem diz isso, quem "deixa queimar" não tem o fogo e fumaça chegando aos seus pés como os pobres pássaros perdendo seus ninhos. Não enxerga os prejuízos para a vida porque não é a vida dele que está em risco, dentro de carros com ar condicionado ou casas igualmente protegidas da tragédia. Os pequenos animais devem correr por suas vidas e neste momento, muitos deles invadem a cidade, que invadiu o seu ambiente. Querem apenas sobreviver, mas correm o risco de ser mortos pelos mesmos seres que os ignoram como vida, que é preciosa em todos os seus estágios e espécies.

A Prefeitura não tem muito o que fazer se a população não tem educação para a cidadania, a secretaria de Meio Ambiente fica travada por orçamentos mínimos ou por cuidar apenas de questões maiores e a Câmara não estabelece as leis necessárias. As empresas que degradam o ambiente não investem na recuperação. A própria empresa que administra o serviço de água só age quando o fogo chega ao seu quintal.

Isso equivale a uma reportagem que a maioria de nós leu, há poucos anos atrás, onde dois caminhões bateram na BR-153 e um deles conduzia bovinos para o abate. A reportagem citava que os dois motoristas e um ajudante (humanos) não se feriram com gravidade e, por isso, "não houve vítimas". Deveria citar que não houve vítimas humanas, pois muitos dos animais perderam a vida e os que ainda estavam vivos precisaram ser sacrificados no local. Como o incêndio de hoje, não houve vítimas humanas, mas sim árvores, que também são seres vivos para quem não sabe. E pequenos animais e filhotes de pássaros que estão, nesse momento, em forma de cinzas. Por enquanto é assim. Se nada for feito, um dia chega a nossa vez.



A área atingida está entre dois bairros e do sistema de captação para a Estação de Tratamento de Água de Frutal - Imagem - Google


Fonte: Reportagem Alô Frutal

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